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Por que pessoas inteligentes ficam presas em suas próprias armadilhas?

  • Foto do escritor: Rafael Ferreira
    Rafael Ferreira
  • 17 de nov.
  • 5 min de leitura

Fim de semana, chácara com amigos, aquelas conversas que a gente não esquece.

Um deles, vou chamá-lo de Pedro (nome fictício), tem 46 anos, casado, uma filha de 3. Engenheiro de formação, servidor público concursado, ganha cerca de R$ 45 mil brutos por mês. A esposa contribui com mais uns R$ 12 mil. Família estruturada, patrimônio acumulado, qualidade de vida no topo da pirâmide brasileira.


Pedro sempre foi brilhante. Primeiro lugar nos vestibulares mais concorridos. Mente afiada, raciocínio rápido, histórico impecável de vitórias acadêmicas e profissionais.


Em 2020, decidiu fazer Direito quase como hobby. Começou a mexer com inteligência artificial aplicada ao jurídico. Em 2022, criou um modelo inovador de probabilidade de decisão em processos judiciais. Algo escalável. Um negócio que, na minha avaliação conservadora, valia milhões em valuation.


O problema? Nunca tirou do papel de verdade.


Fez alguns testes. Vendeu como serviço para um ou outro colega. Mas nunca transformou aquilo em um empreendimento real, algo que entregasse valor em escala.

Quando perguntei o que aconteceu, ouvi uma série de justificativas inteligentes. E é aqui que mora o perigo.


A armadilha da inteligência

Pessoas inteligentes têm um dom perigoso: conseguem construir narrativas plausíveis para explicar seus próprios fracassos.


Pedro me disse que o problema era sua situação financeira confortável. Sem senso de urgência, sem necessidade real de dinheiro, faltava motivação para abdicar do conforto e mergulhar no projeto.


Ele também tentou amarrar sua motivação à filha: queria prosperar para pagar as melhores universidades americanas para ela no futuro. Um motivo nobre, certo?


Errado.


Porque enquanto ele falava, eu via nos olhos dele algo que as palavras tentavam esconder: decepção.


Como alguém no topo 1% da população brasileira, com família estruturada, carreira consolidada e patrimônio acumulado pode estar decepcionado consigo mesmo?


A resposta é simples e brutal: ele sabe do que é capaz. E não está usando esse potencial.


O diagnóstico errado leva à solução errada

Fiz algumas perguntas para entender melhor. Explorei expectativas, sonhos, o que ele realmente queria conquistar com aquele projeto.


Fui direto: "Você quer uma casa maior? Carros mais imponentes? Padrão de vida mais elevado?"


Resposta: "Não."


E aí veio a justificativa: todo o sacrifício seria pela filha. Para garantir o futuro dela.

É aqui que ele se sabotou.


Primeiro problema: motivação externa

Quando você coloca outra pessoa como motor da sua ambição, você mata a motivação real. O subconsciente do Pedro sabe de algo que ele não quer admitir conscientemente: a filha vai viver a vida que ELA escolher.


Ele mesmo saiu de casa aos 17 anos para seguir carreira militar. Aprendeu a se virar sozinho. Não dependeu de ninguém.


Ele SABE que a filha pode seguir o mesmo caminho. Pode escolher não fazer faculdade nos EUA. Pode optar por um caminho completamente diferente.


E se isso acontecer, de que adianta todo o sacrifício? O subconsciente dele sabe disso. E sabota qualquer movimento real.


Segundo problema: falta de amor próprio disfarçada de altruísmo

Quando perguntei se ele queria mais experiências, mais patrimônio, mais possibilidades para ele mesmo, a resposta foi não. E veio acompanhada de uma justificativa perigosa: que ambição financeira é algo negativo.


Olha que armadilha perfeita: o cérebro dele criou um argumento moral para justificar a procrastinação.


"Eu já tenho o suficiente. Querer mais seria ganância."


Tradução real: "Estou com medo de sair da zona de conforto, então vou me convencer de que não preciso ir além."


Mas aí eu perguntei sobre algo diferente. Pedi que ele me contasse sobre momentos em que se sentiu verdadeiramente vivo profissionalmente.


Os olhos dele brilharam quando falou de quando atuou no board de uma multinacional. Decisões estratégicas. Agendas internacionais. Impacto real.


Por dois segundos, a chama acendeu.

E logo se apagou.


O verdadeiro problema

O problema do Pedro não é comodismo financeiro. É falta de amor próprio.

Ele não está pensando nele. No que é melhor para ele. Nos sonhos dele. Nas experiências que ELE quer viver.


E sem amor próprio, você não tem combustível para se movimentar além dos seus limites atuais.


A motivação precisa vir de dentro. De você. Para você. Não dos seus filhos. Não da sua família. Não da aprovação externa.


De você.



Por que isso importa para você

Esta não é uma história fictícia. É uma pessoa real. Inteligente. Amada. Bem-sucedida por qualquer métrica externa.


E mesmo assim, sem o diagnóstico correto, dificilmente será feliz, porque sucesso externo sem clareza interna é uma receita para frustração crescente.


Nos próximos anos, Pedro vai ver outras pessoas fazendo o que ele poderia ter feito. Vai olhar para trás e se perguntar "e se...?". E a decepção que vi nos olhos dele no fim de semana vai se transformar em algo mais pesado.


Isso é mais comum do que você imagina.


Quantas pessoas você conhece que têm tudo para dar certo, mas não saem do lugar?

Quantas vezes você mesmo já se pegou sabendo que poderia mais, mas não conseguindo se movimentar?


O problema raramente é preguiça, falta de capacidade ou ausência de oportunidade.

O problema é o diagnóstico errado.


E diagnóstico errado leva a soluções erradas --> que levam a resultados frustrantes --> que reforçam a narrativa de que "não é para mim".


A diferença entre saber e fazer

No Método RKL2, a primeira coisa que fazemos é o diagnóstico correto.


Não adianta ter clareza sobre ONDE você quer chegar se você não entende POR QUE ainda não chegou lá.


E mais importante: não adianta ter uma resposta intelectualmente satisfatória se essa resposta não é a verdadeira.


Pedro tem uma resposta que faz sentido racionalmente: "não tenho urgência financeira".

Mas a resposta real é outra: "não estou colocando meus próprios sonhos em primeiro lugar".


E enquanto ele não enxergar isso, vai continuar preso.


E você?

Se você se identificou com essa história, provavelmente precisa de ajuda externa.


Não porque você não seja inteligente. Justamente o contrário: porque sua inteligência está construindo narrativas plausíveis que te mantêm preso.


A mentoria existe para isso. Para trazer o olhar externo, qualificado e sem julgamento que permite enxergar o que você não consegue ver sozinho.


Se você está entre aqueles que alcançaram sucesso externo mas sentem que há algo faltando. Se você sabe que tem potencial não explorado. Se você olha para o futuro e sente mais inquietação do que entusiasmo.


Vamos conversar.


Eu ofereço uma sessão de diagnóstico gratuita. Sem compromisso. Sem enrolação.

Uma hora de conversa estruturada para identificar onde você realmente está travado.


Você pode estar a um diagnóstico correto de distância da vida que sabe que poderia estar vivendo.



Rafael Ferreira

Economista, Mentor | Método RKL2 de Mentoria

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